Syro Cabral de Oliveira
Você,
caro
eleitor,
que é uma
pessoa
inteligente,
logo, só precisa analisar, com isenção, com maior profundeza e
agudeza de espírito, o período que se compreende entre a década de
oitenta e os dias atuais. Você,
caro
eleitor,
vai concluir naturalmente que as
pessoas que governaram o nosso país praticamente foram
as mesmas, exceto
o período de Collor de Melo, que deu uma abertura fantástica à
economia brasileira.
Essas
pessoas
fazem um jogo de cena entre
si, ou seja, um verdadeiro
teatro, para
enganar você,
caro
eleitor.
Se
apresentam como adversárias, como oponentes entre si, mas nos
bastidores, são todas amigas. O que elas buscam mesmo
é o poder pelo poder.
Tanto isso é verdade que, o
FHC – homem espécie de liderança comum entre os “esquerdistas”
–
já declarou, em reportagem, congressoemfoco.uol.com.br – caso haja um segundo turno –, que
convocará uma composição entre todos esses partidos políticos,
que se autointitulam
esquerdistas,
para derrotar o candidato
à
Presidência
da República,
Jair
Bolsonaro. Logo, se conclui que Bolsonaro é visto como o inimigo
comum.
Quero,
entretanto,
deixar claro para você,
caro
eleitor,
que o meu voto é universalmente nulo. Eu sempre
anulei o meu voto. Eu o
anulo não por antipatia a esse ou aquele candidato, mas pelo
fato de eu
não concordar com o
atual sistema
político brasileiro. Só
para resumir, de
maneira mais clara, o que eu quero lhe
dizer:
o mal não está em
você,
caro
eleitor, mas no sistema político
brasileiro
vigente
que permite aos
partidos políticos decidirem quem é o “melhor” candidato
para governar o país. Aliás, os eleitores brasileiros não fazem
nenhuma escolha, pois todos
os candidatos são pré-escolhidos pelos partidos políticos, de
acordo com a sua conveniência e normalmente essa escolha gira em
torno de pessoas populares e
não
em
torno de homens virtuosos. Logo,
a premissa, que se propala por aí, que o eleitor deve votar em cara
nova, não deixa de ser uma verdadeira falácia.
A
falta de critérios ou regras claras e
bem definidas,
que
paire acima dos partidos políticos,
para se
admitir alguém a se candidatar,
é
um problema muito pernicioso para qualquer país.
Exemplifico: há faculdades privadas, hospitais privados, clube de
futebol etc., os seus
donos respectivamente não podem
admitir, a seu bel-prazer, qualquer
pessoa
para dar aula, medicar ou
jogar bola. No último caso, o que conta mesmo é o talento, que são
poucas as pessoas que o possuem. E
eu,
então,
me pergunto: como deixar a política
nas mãos de qualquer
pessoa,
sabendo-se que a arte política é a arte mais importante entre todas
as artes – embora
todas as pessoas queiram dela entender?
Naturalmente,
isso
não deixaria de ser um verdadeiro suicídio para um país, tal
como o
Brasil. Pense
nisso, caro eleitor!