quarta-feira, 19 de setembro de 2018

POR QUE O VOTO NULO É NECESSÁRIO?

Syro Cabral de Oliveira

Você, caro eleitor, que é uma pessoa inteligente, logo, só precisa analisar, com isenção, com maior profundeza e agudeza de espírito, o período que se compreende entre a década de oitenta e os dias atuais. Você, caro eleitor, vai concluir naturalmente que as pessoas que governaram o nosso país praticamente foram as mesmas, exceto o período de Collor de Melo, que deu uma abertura fantástica à economia brasileira.

Essas pessoas fazem um jogo de cena entre si, ou seja, um verdadeiro teatro, para enganar você, caro eleitor. Se apresentam como adversárias, como oponentes entre si, mas nos bastidores, são todas amigas. O que elas buscam mesmo é o poder pelo poder. Tanto isso é verdade que, o FHC – homem espécie de liderança comum entre os “esquerdistas” já declarou, em reportagem, congressoemfoco.uol.com.br – caso haja um segundo turno –, que convocará uma composição entre todos esses partidos políticos, que se autointitulam esquerdistas, para derrotar o candidato à Presidência da República, Jair Bolsonaro. Logo, se conclui que Bolsonaro é visto como o inimigo comum.

Quero, entretanto, deixar claro para você, caro eleitor, que o meu voto é universalmente nulo. Eu sempre anulei o meu voto. Eu o anulo não por antipatia a esse ou aquele candidato, mas pelo fato de eu não concordar com o atual sistema político brasileiro. Só para resumir, de maneira mais clara, o que eu quero lhe dizer: o mal não está em você, caro eleitor, mas no sistema político brasileiro vigente que permite aos partidos políticos decidirem quem é o “melhor” candidato para governar o país. Aliás, os eleitores brasileiros não fazem nenhuma escolha, pois todos os candidatos são pré-escolhidos pelos partidos políticos, de acordo com a sua conveniência e normalmente essa escolha gira em torno de pessoas populares e não em torno de homens virtuosos. Logo, a premissa, que se propala por aí, que o eleitor deve votar em cara nova, não deixa de ser uma verdadeira falácia.

A falta de critérios ou regras claras e bem definidas, que paire acima dos partidos políticos, para se admitir alguém a se candidatar, é um problema muito pernicioso para qualquer país. Exemplifico: há faculdades privadas, hospitais privados, clube de futebol etc., os seus donos respectivamente não podem admitir, a seu bel-prazer, qualquer pessoa para dar aula, medicar ou jogar bola. No último caso, o que conta mesmo é o talento, que são poucas as pessoas que o possuem. E eu, então, me pergunto: como deixar a política nas mãos de qualquer pessoa, sabendo-se que a arte política é a arte mais importante entre todas as artes – embora todas as pessoas queiram dela entender?

Naturalmente, isso não deixaria de ser um verdadeiro suicídio para um país, tal como o Brasil. Pense nisso, caro eleitor!