Syro Cabral de Oliveira
O Brasil está, infelizmente,
passando por uma histeria sem precedentes nesses últimos dias. Isto
porque o presidente da República está tomando decisões que
contrariam os interesses internacionais, ou melhor, interesses do
grande capital internacional. Nesse sentido, presenciamos uma fonte
de discurso originária e de cunho absolutamente retórico, que tem por objetivo
único de influenciar uma pluralidade de outros discursos, com as
suas várias facetas e matizes, que se assemelha a uma grande
circunferência, cujos raios apontam todos para o seu ponto central.
Ou seja, tudo emana do centro e simultaneamente
a
ele
retorna.
Quer dizer:
é o discurso
dominante.
O discurso que versa sobre a linguagem e os interesses do capital
internacional dominante.
Os veículos de comunicação, tais como rádios, televisões, mídias eletrônicas, jornais e revistas impressos etc., com seus respectivos profissionais propagadores de suas mensagens, atuam, nesse meio, como porta-vozes dessa fonte original, proliferam e disseminam essas ideias, com todo fôlego possível, conscientemente ou não, como se as mesmas fossem absolutamente verdadeiras e inquestionáveis. Esses profissionais se apresentam cheios de si, de razão incontestável e de conhecimento de causa, a serviço de interesses globais dominantes, sem que hesitem um só segundo sequer de que fazem parte de um grande grupo de marionetes ou bonecos de fantoche.
Os veículos de comunicação, tais como rádios, televisões, mídias eletrônicas, jornais e revistas impressos etc., com seus respectivos profissionais propagadores de suas mensagens, atuam, nesse meio, como porta-vozes dessa fonte original, proliferam e disseminam essas ideias, com todo fôlego possível, conscientemente ou não, como se as mesmas fossem absolutamente verdadeiras e inquestionáveis. Esses profissionais se apresentam cheios de si, de razão incontestável e de conhecimento de causa, a serviço de interesses globais dominantes, sem que hesitem um só segundo sequer de que fazem parte de um grande grupo de marionetes ou bonecos de fantoche.
Essa rede de discursos ou
pluralidade de discursos tem um só objetivo: o de confundir a
opinião pública. E
isso se evidencia claramente no momento em que cada jornalista se
apresenta como um verdadeiro
expert
em determinados assuntos ou em aconselhamento de como as pessoas
devem se comportar face ao grande inimigo que ameaça uma população
inteira no momento atual, ou seja, o temeroso e assustador
corona vírus.
Mesmo
diante de um todo ou de uma totalidade, cada profissional dos meios de
comunicação tem um papel específico ou uma atribuição própria.
Cada um deles deve tecer o seu discurso em si mesmo, como se não
fosse parte de um todo, mas de modo que se apresente ao público como
um todo. Para isso, seu discurso deve se apresentar cheio de
coerência, de clareza lógica e consistência. Cada um desses
profissionais é um especialista de plantão, que fala com
desenvoltura e convicção, pelo menos aparentemente. No Jornal
Nacional (TV Globo), o âncora William Bonner, por exemplo, fala com
tanta ênfase e convicção de que está ao lado de toda a certeza
e toda a verdade,
que chega
até engrossar as veias do pescoço.
Esses
discursos devem de fato ser apresentados com todo vigor possível,
pois trata-se de um momento crucial: tudo ou nada, ou seja, trata-se
de um momento de vida ou de morte do grande capital global. Isto por
que, em um mundo, cuja essência última é o capital, o importante é
que sobreviva toda espécie de ser humano – sejam eles
seres
doentios, estropiados,
desvairados,
dementes, debiloides
etc., isso
pouco ou nada importa –, pois, independente do estado de saúde, de
comportamento, caráter, etc., das pessoas, todas, enfim, são também consumidores.
Portanto, é de suma necessidade que todas essas pessoas
sejam
salvas
a qualquer custo, mesmo que haja um grande prejuízo financeiro
momentaneamente, porque este capital financeiro será recuperado
rapidamente logo após
a
cessação
da crise viral.
Perder 9 trilhões de dólares ou mais neste momento é algo
insignificante perante uma grande redução de consumidores, que
mantêm esta gigantesca estrutura já construída e direcionada pelo
grande capital internacional.
O
isolamento social total da população, proposto atualmente pela OMS, de um
lado, aparentemente, gera um custo elevado, mas de um outro lado, é
um ganho enorme para os países de economias fortes
e
estabilizadas,
tais como
os Estados
Unidos da América do Norte,
China
e
alguns países da Europa.
Pois, tal isolamento fragilizará – com
falência das empresas, desemprego em massa e desespero da sociedade
como um todo, acarretando uma onda de suicídios desenfreada –, totalmente as economias
dos países subdesenvolvidos, deixando-os inteiramente à mercê
dessas economias desenvolvidas, logo após o término da crise viral.
Portanto, a perda, que esses gigantes do mundo econômico terão agora, será infinitas vezes menor
em relação aos ganhos certos e duradouros que terão no amanhã próximo.
É
bem possível que esse emaranhado de discursos não tenha outro
objetivo senão o de sufocar, em absoluto, todas as economias emergentes para que,
no fim de tudo, os gigantes econômicos deem as ordens mundiais
e reinem sozinhos acerca do
globo terrestre.
Nesse
momento em que esses gigantes do mundo econômico não se
encontram sobre ameaças, pois possuem uma economia forte e
totalmente estabilizada,
podendo
perder,
momentaneamente, milhões ou trilhões de dólares,
falam, hipocritamente,
em humanidade, mas quando se sentem ameaçados, não medem esforços
para lançar uma bomba atômica e destruir comunidades inteiras de
uma só
e
única
vez.
Essa
é a verdadeira arte de
fazer com que o feio pareça belo diante
de nossos
olhos.
Talvez, aos olhos de muitos, uma comunidade inteira sendo consumida por chamas não desperta o sentimento de humanidade. |
É
como dissessem
para eles próprios:
façamos
nossos próprios
sacrifícios, demos um pouco do nosso
próprio sangue hoje, para que o recebamos amanhã em dobro e com
total segurança.
Nesse cenário, alguns economistas famosos falam em sobretaxar a
grande fortuna, tal como diz Luigi Zingales, professor da Escola
de Chicago, formadora
de capitalistas
liberais,
em entrevista à BBC News Brasil por telefone: “Vejo uma provável
necessidade de criar impostos sobre grandes fortunas, porque, durante
guerras, seus meios de financiar um país são basicamente imprimindo
dinheiro ou criando alguma maneira de taxar riquezas.
Sou sempre contrário a esse tipo de solução em tempos comuns, mas,
em situações extremas, essa pode ser a forma para resolver.”
Diante
dessa postura do
economista
liberal, alguns defensores, ingênuos e fanáticos, do sistema
socialista esfregam uma mão na outra e dizem,
inteiramente
contentes,
“que os capitalistas estão se rendendo ao modelo
socialista”.
Não percebem sequer que, na realidade,
o grande capital soube e sempre saberá se proteger diante de qualquer ameaça. Todo sacrifício hoje é muito válido, pois parte dos consumidores não pode sucumbir de um dia para o outro. É uma guerra
que está sendo travada entre os poderosos em defesa de seus
interesses comuns. A luta tem que ser gigantesca, pois não se pode
deixar que a base da pirâmide se destrua. Nesse
sentido, o próprio Luigi Zingales continua com a sua sagaz teoria: “Isso traria o
benefício de salvar o país do desespero, um bem público geral. Mas
quem ganha mais com isso são os ricos, porque não só salvam suas
vidas como também preservam muito do valor de sua riqueza. Parece
contraditório, mas é simples: imagine um país que perdeu um
percentual grande de sua população, um monte de coisas simplesmente
perdem o valor ali já que a demanda cai drasticamente. Então, em
uma situação como essa, é preciso ao menos criar esse imposto
sobre fortunas para poder ser mais agressivo em custear uma
redistribuição de renda que permita o confinamento da população.”
Nesses
momentos de crise, a hora é de união e muita união
mesmo
entre
capitalistas
e socialistas/comunistas
para salvar vidas, porque o poderio de ambos se encontra sob ameaça.
Diante de um perigo comum, as diferenças desaparecem. A luta,
portanto, é o isolamento total da polução. A morte de milhares ou
milhões de pessoas, nesse momento, representa
uma ameaça assustadora ao mercado consumidor. Só em se imaginar que
milhares ou
milhões
de frascos de remédios deixarão de ser vendidos (pois os que morrem
são o que mais consumem
remédios), smartphone, aparelho de tv, notebook etc., torna-se algo inconcebível.
Por isso que circulam, nas redes sociais, mensagens desse tipo: “O
mundo inteiro está chocado com o que Bolsonaro está fazendo. Vamos
levar ele a responder pelo que está fazendo no Tribunal de Haia
(Tribunal Internacional de Justiça) como genocida, por crime contra
a humanidade!”.
O
desespero dessas pessoas, que sonham em perpetuar no poder – seja poder
político ou econômico –, chega aos extremos, a ponto de não mais
medirem as consequências de suas próprias palavras. É o vale tudo.
Pensam, nesses momentos cruciais, em jogar todos os seus únicos
trunfos que lhes restam, pois, no caso de atingir, em cheio, o alvo
pretendido, vão se sentir como se estivessem alcançados o verdadeiro
nirvana.
Nesse
sentido, podemos observar a agitação dos veículos de comunicação,
governadores, prefeitos e outros que, visivelmente, pretendem a
alcançar o poder, dedicando o seu tempo todo, praticamente vinte
quatro horas por dia, para convencer à população da importância
do isolamento social e
do
confinamento
em suas casas.
Esta
é a mensagem. Siga-a quem se diz ter juízo!!